Promotores abrem processo contra secretário de Abe por não relatar gastos

O escândalo também ameaça envolver o primeiro-ministro Yoshihide Suga

Crédito: Reuters - 03/12/2020 - Quinta, 14:02h

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Tóquio - Promotores de Tóquio estão abrindo um processo contra o secretário do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe por não ter relatado um total de ¥40 milhões (US$382 mil) em fundos políticos, informou o jornal Yomiuri nesta quinta-feira (3).

Abe está sendo criticado depois que fontes disseram à mídia local que seu escritório ajudou a cobrir os custos de jantares para apoiadores, uma possível violação das leis de financiamento que conflita com as veementes negações do ex-premiê no Parlamento no ano passado.

O escândalo também ameaça envolver o primeiro-ministro Yoshihide Suga, que foi amplamente visto como o braço direito de Abe durante seu mandato e o defendeu no Parlamento.

O secretário de Abe teria dito aos investigadores que a receita e despesas "deveriam ter sido incluídas no relatório de financiamento político" e que "era prática comum não fazê-lo", segundo o Yomiuri.

O escritório de Abe não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Os promotores estão abrindo o caso após considerarem uma falha em reportar ¥14 milhões em cinco anos pela venda de convites como receita e despesa, bem como um adicional de ¥8 milhões que o escritório de Abe pagou para cobrir as festas.

Abe havia dito repetidamente no Parlamento que “não havia receita ou despesa que precisasse ser incluída no relatório de financiamento político” e negou que seu gabinete tivesse coberto a lacuna entre a venda de convites e os custos do partido.

Na semana passada, Suga evitou perguntas sobre como ele assumiria a responsabilidade por fazer declarações imprecisas no Parlamento, mas declarou que "se o que eu disse foi diferente dos fatos, então provavelmente irei tomar medidas, visto que também sou responsável pelas minhas respostas”.

Foto: Reuters

Ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe

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